terça-feira, 6 de abril de 2010

A MONTAGEM DA SEMANA DE TREINAMENTO - QUINTA-FEIRA

CONTINUAÇÃO DA SÉRIE - MONTAGEM DA SEMANA DE TREINOS - NARRAÇÃO BRUNO PIVETTI - PENÚLTIMA POSTAGEM:


TREINO 4: 16/03/06 - QUINTA-FEIRA


Segundo o microciclo semanal de treino, este dia estava reservado para os propósitos em regime de elevada velocidade de contracção muscular. Assim sendo, os exercícios seleccionados para este dia preconizavam a velocidade máxima, a curta duração e a tensão não máxima das contracções musculares. Vale ressaltar, que este treino de elevada velocidade de contracção, tem por objectivo reduzir a densidade de contracções excêntricas, fazendo com que se diminua a tensão de contracção das fibras musculares. Esta unidade de treino pode ser caracterizada como descontínua, porém não pode ser comparada em termos de descontinuidade com o treino de tensão específica, sendo este um treino bem mais fragmentado.


As densidades das acções de locomoção foram muito intensas, e incidiram sobre a velocidade de execução dos gestos motores, sem atentar muito à tomada de decisão para um determinado movimento. Podemos dizer que esta unidade de treino requeria um alto dinamismo para solução motriz e nem tanto para o processo táctico de tomada de decisão. Esta estratégia se justificava pelo intuito de poupar o estado mental-emocional, já que este fora altamente exigido na unidade de treino anterior (dinâmica específica).

Aquecimento:


O aquecimento teve início às 16:05 e terminou às 16:12. Foi conduzido pelo adjunto Raul. O treino inicial de flexibilidade foi incorporado ao aquecimento, sendo realizado em simultâneo. Exercícios:



• Rotação da articulação coxo-femoral de modo externo e interno;
• Alongamento dos posteriores da coxa e tríceps sural;
• Alongamento do músculo quadríceps;
• Elevação frontal do membro inferior de forma dinâmica;
• Elevação lateral do membro inferior de forma dinâmica;
• Alongamento dos abdutores da coxa;
• Novamente, alongamento do quadríceps


Orientação inicial:

Dados introdutórios sobre o conteúdo do treino aos jogadores e orientação a cerca dos primeiros exercícios a serem efectuados. Esta orientação durou cerca de um minuto.


Flexibilidade:


Após a execução do primeiro exercício, os jogadores tinham dentre do período de recuperação, aproximadamente dois minutos, de executar exercícios de flexibilidade. Grupos musculares alongados:

• Adutores da coxa;
• Posterior da coxa;
• Tríceps sural;
• Quadríceps.



Segundo Exercício:




Exercício em nada diferente do primeiro, com a excepção de agora os jogadores terem limitado para um o número de toques a serem dados na bola. Este exercício teve a duração de quatro minutos.

Flexibilidade:

Após a execução do primeiro exercício, os jogadores tinham dentre do período de recuperação, aproximadamente dois minutos, de executar exercícios de flexibilidade. Grupos musculares alongados:

• Adutores da coxa;
• Posterior da coxa;

Orientação:
Durou cerca de um minuto e tinha por objectivo a orientação do treinador com relação a segunda parte do treino.

Observação: Enquanto os jogadores de linha trabalhavam e eram orientados pelo Professor Guilherme e pelos adjuntos Raul e Paulinho Santos, os guarda-redes realizavam um trabalho paralelo com o preparador de guarda-redes.
 

Terceiro Exercício:


Existiam oitos estações ao redor de uma metade do campo com o intuito de se treinar a organização ofensiva. Podemos dizer que era um 10x1, objectivando um treino posicional de sincronismo da equipa e tendo como sub-princípios o treino de finalização e de infiltração dos adversários pela lateral do campo. O sistema de jogo utilizado neste exercício era o 1-4-4-2 com o meio de campo formando a figura de um losango. Este treino teve a duração aproximada de 20 minutos. Todas as jogadas eram iniciadas ora na esquerda, ora na direita do campo de jogo.

A jogada se iniciava no meio campo com os jogadores defensivos da equipa, estes ora passavam a bola para os laterais, ora para os pivôs e ora para o ponta de lança. Aos jogadores que recebiam a bola dos defesas cabia a organização do ataque, estes deveriam passar a bola com o intuito de uma jogada de infiltração ser realizada. Quando a bola chegava à linha de fundo era cruzada para área ora pelos extremos, ora pelos laterais (dependendo da arquitectura da jogada trabalhada). Três jogadores penetravam na área, os atacantes deveriam entrar em diagonal e o meio deveria entrar em paralelo. Quando a bola era passada directamente aos ponta de lança, estes eram instruídos a ir de encontro com a bola, nunca esperar estaticamente que esta chegasse em seus pés.

Após a conclusão de uma jogada, Raul e Paulinho Santos que estavam posicionados atrás da baliza, rolavam a bola para que os jogadores do meio pudessem finalizar. Assim, chamavam o nome do jogador e lhes enviava a bola.

Em seguida, ao invés da jogada começar no meio de campo com os defesas, esta começava com os laterais em situação de tiro de canto (lateral). Foram treinadas diversas jogadas inerentes a esta situação de jogo.



Orientação:
Orientação rápida (um minuto) a respeito do quarto exercício a ser efectuado neste treino e divisão do grupo de jogadores em duas equipas.

Quarto Exercício:



Actividade relativa a jogadas específicas de tiros de canto. O plantel de jogadores foi dividido em duas equipas de dez jogadores e, em situação de tiro de canto, uma tinha por objectivo defender a meta e a outra finalizar à meta. Assim, primeiramente, a equipa amarela cobrava o tiro de canto e a azul defendia a meta. Após sete minutos, trocava-se a equipe que cobrava o tiro de canto.

Quando a equipa que defendia a meta recuperava a posse de bola, esta deveria sair para o jogo e executar, se possível, a finalização a meta oposta adversária posicionada no meio campo de jogo. Assim a equipa que em um primeiro momento detinha a posse de bola, quando à perdia, deveria realizar pressão alta zonal à bola. Este exercício teve duração de quinze minutos e os tiros de canto ora eram executados da esquerda do campo de jogo, ora da direita.


Quinto Exercício:



O último exercício desta unidade de treino era de jogo reduzido 10X10, em um terreno de jogo de aproximadamente 400 m2. A equipa que detinha a posse de bola permanecia sempre aberta e circulava a bola a todo momento. Contrariamente, a equipa que visava retomar a posse de bola jogava de modo fechado, realizando pressão zonal alta à bola.


As equipas estavam organizadas no sistema 1-4-4-2 com o meio de campo formando um losango. O Professor Guilherme coordenava o jogo, estipulando aonde seria o local de saída de bola, quando esta saia pela lateral ou pela meta. O jogo teve dois tempos de 5 minutos, com um minuto de recuperação entre cada tempo.



A equipa azul venceu o jogo por dois golos a zero e coube a equipa amarela desmontar o terreno de jogo.


Observação: O treino terminou às 17:15, deste horário, até às 17:30, os jogadores realizaram à volta à calma.


Parte Final:


Treino de flexibilidade. Execução de alongamentos passivos, através do auxílio dos companheiros. Trabalho de abdominal (recto e oblíquo) e de lombar. Alguns jogadores também executaram flexão de braço.

OBSERVAÇÕES:

- Dia de situações em velocidade de raciocínio e movimento, mental e fisiologicamente o jogador tem que ser rápido.

- Participações curtas, sem desgaste fisiológico alto.

- Valorização baixa das contrações excêntricas, não deve ter muitas mudanças de direção, saltos ou qualquer impecilho ao movimento.


Abraço
Luis Esteves
la_futeboll@hotmail.com
____________



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIGA

PIVETTI, Bruno Marques Fernandes; RELATÓRIO DE ESTÁGIO NOS JUNIORES DO FC PORTO - ESCALÃO SUB 20-A - Ministrado pelo treinador José Guilherme Oliveira. Porto - Portugal. 2006

Nenhum comentário: