terça-feira, 21 de junho de 2011

WWW.PERIODIZACAOTATICA.BLOGSPOT.COM

MUDANÇAS

Como disse a alguns meses atrás, modifiquei o título do blog. Os motivos são simples, primeiramente por não querer misturar opiniões minhas, a opiniões da Periodização Tática,  no caso representada em seu expoente máximo pelo professor Vitor Frade. Ou seja, se amanha ou depois faço uma crítica aqui, esta crítica é minha, mas não é necessariamente uma crítica da metodologia em sí.

Um exemplo são os exercícios, pode-se pensar que existem exercícios de periodização tática ou não, quando na verdade isso não tem nada a ver, posso publicar um exercício aqui que alguns treinadores irão achar útil, e outros não, depende de cada contexto e de cada operacionalização.

Outro fator que achei importante é a mistura do programa que vendo com o nome da metodologia, alguns poderiam ligar uma coisa a outra e pessoalmente não gostaria que isso acontecesse.

Agora abro um título que futuramente irei utilizar em alguns projetos que tenho, o de Organização de Jogo.

Este blog continua e sempre será exclusivamente sobre futebol, treino, Periodização Tática e assuntos afim, a única coisa que muda é o título, e com o passar dos anos, o layout.

Peço aos amigos que atualizem o link do meu blog em seus blogs por favor, já que ao entrar na página antiga a mensagem é de que exclui meu link.

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ENTREVISTA
JORGE MACIEL

Em breve publicarei aqui uma entrevista que fiz com o professor Jorge Maciel especificamente sobre Periodização Tática, uma das pessoas mais indicadas para falar sobre o tema  pela capacidade e conhecimento que tem em discutir suas ideias e pelo contato com o professor Vitor Frade. Foram 50 perguntas de diferentes sub-temas, ou seja, é bastante assunto e acredito que será de bom proveito a todos que gostam do assunto.
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EXERCÍCIO

Exercício que visa alguns pontos importantes, pessoalmente dou ênfase a transição defensiva (que simularíamos no momento do lançamento, imaginando que alí houve a perda da bola) e a partir daí os sub-princípios que formam a zona pressão, seguida pela zona pressionante, com grande preocupação na mudança de postura na perda da bola.

1- Momento: Equipes posicionadas. Equipe Vermelha dividida, sendo que 4 jogadores estão espalhados em quatro campos com uma goleira cada, sendo referências de lançamentos.


2- Momento: A bola é lançada para uma das referências, a partir daí a equipe em superioridade (verde) deve iniciar o processo de pressão, primeiro com o jogador que esta próximo e depois com o restante da equipe, valorizando apenas um quadrado, porém sem a obrigação de estar dentro do mesmo, pois a retirada da pressão necessita de algumas referências um pouco mais distantes. Neste momento os outros jogadores do vermelho espalhados nos quadrados devem ajudar o jogador que recebeu a bola e tentar o gol na goleira pequena.

3-Momento: Zona pressionantes efetuada. Sem referência longa de retirada da pressão.
Com referência longa de retirada da pressão.

4-Momento: Desarme, e manutenção da posse da bola com retirada da pressão em passes curtos, sem muita profundidade.

 
4-Momento: Desarme e retirada da pressão em profundidade, buscando um jogo direto com apoios em 2ª bola.


5-Momento: Jogo 10 x 11 buscando a finalização, caso a mesma não tenha acontecido na transição ofensiva.

Grande abraço
Luis Esteves
la_futeboll@hotmail.com

segunda-feira, 13 de junho de 2011

DIVULGAÇÃO - PALESTRAS, CURSOS E EVENTOS

Estarei divulgando a partir de agora eventos relacionados a área do futebol e desporto em geral, quem quiser divulgar algo a respeito, basta me enviar o e-mail.

Embora não seja um assunto relacionado com os temas tratados aqui no quesito treino, acho válido a divulgação, pois o olhar através de uma outra dimensão pode modificar algum conceito que sem esta experiência não seria possível identificar.

Tema: Tratamento na Artroplastia Total de Quadril
Palestrante: Prof. Dr. Roberto Schwartsmann
Data: 16/06/2011 - Palestras quinzenais
Local: Prédio principal da UFCSPA (Rua Sarmento Leite, 245  - Sala 401 - Porto Alegre / RS
Horário: 12:00 até 13:00
Inscrições: através do e-mail - fisio.ortotrauma@ufcspa.edu.br - até dia 15/06/2011
Valor: Gratúito

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  GERENCIADOR L.A.FUTEBOLL


Maiores informações:
la_futeboll@hotmail.com
Grande abraço
Luis Esteves

terça-feira, 7 de junho de 2011

EXERCÍCIO - MANUTENÇÃO DO BLOCO


"Se se pudesse estabelecer uma lista de mandamentos sobre o futebol, um dos primeiros deveria dizer algo como: "A pressão de exercer-se sobre a bola, não sobre o jogador." "
Johan Cruyff - 2002



Um problema que surge com frequência em inicio de trabalhos é a manutenção da proximidade das linhas das equipes, ou seja, um bloco próximo. O que acontece é que quando consegue-se sair de uma zona de pressão, em situações verticais por exemplo, a linha defensiva demora para sair e acaba gerando espaços entre linhas, que dificultam futuramente tanto as ações ofensivas (circulação, retirada da pressão, superioridade na zona da bola, dentre outras) e as ações defensivas (pressão imediata na perda da bola, zona pressionante, etc...) pois não existe proximidade, e as relações entre jogadores ficam muito comprometidas.
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Este é um hábito muito forte principalmente nos setores defensivos, que tem pouca participação nas ações de ataque, e acabam ficando perto da goleira, para um futuro contra-ataque, não considerando sua importância (goleiros e zagueiros) na construção de jogadas de gol, e na manutenção da articulação dos princípios de organização ofensiva, o que acaba comprometendo a circulação da bola tanto em profundidade quanto em largura, e consequentemente a manutenção da posse da bola.
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A orígem deste comportamento para mim tem como fonte a forma de pressão que se utiliza. E é de costume ver as equipes pressionando os jogadores e não a bola, e a sua respectiva zona. Vejamos alguns conceitos sobre pressão e sobre a pressão me bola e no jogador:
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Pressão = Forma como irá se comportar perante um adversário em situações de 1x1, portanto é uma ação individual, isso ocorre tanto quando se pressiona o jogador, quanto a bola. Tem como objetivo desarmar, fazer errar ou acelerar o processo de ataque, tentando recuperar a bola.
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Pressing ou zona pressionante = Ação coletiva de pressão em que juntamente com o jogador que tem a bola, a equipe se coloca de forma pressionante, tentando evitar a retirada da bola de determinada zona, estabelecer algum erro, forçar situações para recuperar a bola o mais rápido possível. Existem algumas variantes, inclusive a própria seleção holandesa de 1974 utilizava um pressing individual por setor na maior parte do tempo, do que um pressing zonal, portanto ainda assim havia uma modelação sobre o adversário.
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Vejamos a diferença entre fazer este pressing sobre a bola e sobre o jogador:
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Ao pressionar o jogador (os jogadores da equipe quando esta tem a bola, o famoso encaixe) temos o seguinte problema:
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- Nos modelamos a eles e consequentemente ficaremos abertos, pois as equipes que tem a bola tendem a abrir no campo, se fizermos uma pressão sobre o jogador, por setor, teremos que abrir também.
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- Nos modelando ao adversário seremos atraidos para zonas favoráveis a ele e isso irá gerar uma abertura de espaço que será futuramente explorada por outros jogadores.
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- Parece ser mais fácil pois não é necessário grande percepção, basta igualar numericamente por exemplo: 4 no meio para 4, volante com meia, meia com volante. Divide-se a responsabilidade e consequentemente a "culpa" em lances em que determinado jogador estava sem pressão.
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A pressão sobre a bola permite que:
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- Crie-se superioridade na zona da bola;
- Permaneça com a equipe organizada em momento defensivo;
- Mantenha os espaços internos do campo protegidos;
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Parece ser mais dificil pois alguns jogadores estarão "livres". Lógico, se não houver pressão sobre a "bola" existe tempo para tomada de decisão, se não houver dobras existe desequilíbrios quando acontecerem lances em que o jogador da pressão foi superado, o adversário levará vantagem pois poderá retirar a bola da pressão, poderá dar assistências ou ter ações que prejudiquem a nossa equipe, porém isso pode acontecer em qualquer tipo de sistema defensivo, é preciso que a articulação do princípio seja completa.
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Consequentemente a equipe quando pressiona a bola, tende a sair junta e quando faz a defesa costuma sair em "linha" o que muitas vezes provoca a crítica sobre a "linha burra" que acaba gerando a possibilidade de jogadores adversários saírem na cara do gol sem adversários, pois em um único lançamento pode-se ultrapassar todos os defensores caso estes estejam "em linha".
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“(...) alguns consideram que o fora de jogo prejudica as equipas mais ofensivas (...). Pessoalmente, a regra do fora de jogo nunca me pareceu um obstáculo ou um instrumento defensivo. Pelo contrário, considero que se trata de uma arma ofensiva, pela simples razão de que te obriga a juntar as linhas da equipa e isso facilita o movimento da bola (...).”

Johan Cruyff
2002
A LINHA DE IMPEDIMENTO
A saída da defesa para esta manutenção do bloco é chamada de "linha de impedimento" o que de fato acontece, mas este não é o principal propósito, é na verdade uma consequência da articulação de sentido do princípio da Posse e Circulação.

O objetivo é exatamente o de manter a equipe próxima no momento da transição ofensiva, mas isso não vale apenas para a defesa, mas também para o ataque em momentos de transição defensiva e organização defensiva. Ao iniciar este processo de saída é aconselhável que a "linha" sirva como estrutura pois dá uma garantia a todos os defensores de que não haverá alguém dando condições de jogo a um jogador mais adiantado com esta postura alta, o que costuma acontecer, e isso exige grande concentração e comunicação, assim como inteligência, o que torna a linha de impedimento burra não é a linha, e sim quem aplica a mesma, principamente sem treinos congruêntes a isso.

Em 1974 Rinus Michels já usava a linha de impedimento, mas sem se preocupar com isso, ela acontecia, mas era na verdade um sub-princípio da pressão que se exercia sobre a bola. Minelli também fez isso no Internacional da década de 70 em que a manutenção da linha era coordenada pelo Figueiroa.
Acho pertinente situar esta "linha". Podemos entender ela como esta estrutura que permite com que a defesa saia em segurança, sem a dúvida de que alguém do setor ficou dando condições, ou podemos entender ela como uma estrutura estática que permite que, com uma simples ultrapassagem todos os jogadores já estejam fora do lance, no setor de defesa, sobrando apenas o goleiro. Então eu vejo dois momentos distintos de aplicação desta linha:


- Na transição ofensiva;
- Na transição defensiva;

Na imagem acima percebemos a linha alta do FC Barcelona em um momento em que houve a superação de um jogador no momento defensivo, o que acaba gerando um desequilíbrio. Neste momento a manutenção da linha pode ser prejudicial, pois certamente uma equipe treinada irá aproveitar a profundidade do campo e jogará ali, como ocorreu neste momento pela Internazionale de Milão.

Neste momento a linha pode se desfazer e a "sobra" torna-se fora da linha, tentando ganhar espaço num futuro lançamento, ou seja, tentar chegar antes, cerca de 2 ou 3 metros de vantagem.

A diferença está em ter ou não a bola, se temos não corremos risco e se não temos, ai, precisamos nos adaptar ao que o adversário nos proporciona em determinada situação. Então a linha de impedimento ao ser usada em momentos de transição ofensiva é totalmente benéfica pois faz parte do processo de manutenção equilibrada do bloco, já quando o adversário tem a bola, para fazer a manutenção desta linha e ser eficiente precisamos perceber se o adversário tem:

- Pressão e condicionamento no homem da bola;
- Liberdade para o homem da bola;

 A verificação da altura desta linha para ocorrer o impedimento varia de acordo com o lance, se há ou não há pressão sobre o homem da bola, se há, manten-se a linha alta, exatamente para haver dobras atrás do homem da pressão na zona da bola, se não há deve haver um retorno visando a profundidade dos lançamentos nas costas da linha, juntamente com o condicionamento de algum defensor mais próximo do lance. Este timing de ficar ou voltar depende da percepção espacial e gestual do adversario e deve ser treinado para melhorar a tomada de decisão neste instante do jogo.


O exercício abaixo propôe a manutenção do bloco, alto e este timing de retorno, quando não há pressão.


Descrição do exercício:

Duas equipes se confrontam em um campo de espaço + ou - 50 x 40 dividido ao meio em que cada equipe tem em seu campo a superioridade de 8 jogadores contra 6.

O objetivo é marcar o gol na transição ofensiva, porém com a condicionante de que para finalizar todos os jogadores já devem estar no campo de ataque. Dificilmente o gol sairá de forma mais rápida, o tempo de saída da zaga e o tempo de chegada da pressão serão mais ou menos iguais, porém o objetivo principal é exatamente:

- Manutenção do bloco próximo na transição, para se caso não finalize inicie um ataque organizado com todos os setores inclusive o goleiro.

- Percepção da linha sobre o lance, para efetuar o retorno no momento da transição defensiva, baseado em haver ou não pressão no homem da bola.

O único jogador que pode jogar fora da delimitação do campo é o goleiro. Este tem papel fundamental na organização defensiva da última linha e na comunicação com a saída do bloco, e até mesmo o aviso da ocupação completa do campo do adversário para que se possa finalizar. Com a bola também tem papel fundamental no inicio da construção do ataque, e como referência de retirada da pressão dos zagueiros e laterais.

Grande Abraço
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Luis Esteves
CREF: 015116-G/RS

sábado, 4 de junho de 2011

CONVERSAS DE FUTEBOL - RUI FARIA

LA MANO DERECHA DEL TÉCNICO BLANCO



FONTE:

"No es mi ayudante, es mi complemento", puntualiza Mourinho cuando le preguntan por él. Desde que el técnico inició su carrera en los banquillos no se ha separado de Rui Faria. De eso hace ya una década. ¿Y cómo es el trabajo diario junto al mejor entrenador del planeta? Rui Faria descubre la cara oculta de Mou.


Rui Faria: "Mou sabe lo que quiere, pero claro que escucha", "No sé en que se basan para decir que somos defensivos" , "No podría ser asistente con otro entrenador"
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CARLOS CARPIO
04/06/11 


Pregunta. ¿Qué balance hace de su primera temporada en el Real Madrid?

Respuesta. En líneas generales hemos hecho una gran temporada. Se escaparon los dos grandes objetivos, pero ganamos la Copa del Rey, llegamos a semifinales en la Champions, en Liga acabamos segundos con el mejor ataque… Yo estoy satisfecho, sobre todo porque sé que vamos a mejorar la próxima temporada.

P. ¿Trabajar en el club blanco es como se imaginaba?

R. Es el club más grande del mundo y sus ambiciones están parejas a las nuestras, así que es un reto triunfar y poder dejar huella en la historia del Real Madrid. Al principio te sorprende un poco la dimensión tremenda del club, su historia. La conocía desde fuera, por supuesto, pero cuando estás dentro compruebas que es aún mucho más grande.

P. ¿Hay mucha diferencia entre entrenar al Madrid y al Inter?

R. Sí, es muy diferente. En el Inter todo era más familiar, había mucha menos gente en la estructura y era más sencilla la comunicación interna. Aquí todo es muy grande, enorme, y tenemos más condiciones para poder realizar un gran trabajo. Hablo de condiciones a nivel de estructuras pero también a nivel humano. Cada club es una realidad diferente y nosotros tenemos que adaptarnos al club, no al revés. Por ser el Madrid no cambiamos nuestro modo de trabajar ni nuestra ambición. Quizás exista aún más responsabilidad de la que ya tenemos.

P. ¿Hay más exigencia de la prensa? ¿Somos tan difíciles como a veces sugiere Mourinho?

R. La prensa es diferente e igual en todos los países.

P. ¿Es un cumplido o un agravio?

R. No, no, no es nada malo. Lo que quiero decir es que si los objetivos del equipo son grandes, y en el Real Madrid son los máximos, la prensa siempre exige, y exige mucho. Pero nosotros no podemos dedicarnos a estar escuchando las críticas o los elogios cada día, tenemos que intentar aislarnos y concentrarnos en nuestro trabajo.

R. ¿Les ha costado adaptarse más al fútbol español que al italiano o el inglés?

R. Cada Liga es una historia. El fútbol italiano es muy táctico, en el Calcio hay una cultura táctica muy grande. El fútbol inglés es más pasional, más rápido pero también más emotivo, allí el día del partido la gente sólo piensa en el partido. Y hay mucha intensidad en el juego. En España es una mezcla de ambos.

P. Usted es la persona que mejor conoce a Mourinho, llevan juntos toda su carrera. ¿En los partidos le consulta sobre aspectos tácticos del juego?

R. José es muy especial [risas]. En los partidos él tiene su opinión sobre lo que está ocurriendo en el campo y la manifiesta, pero también nos pide nuestra opinión porque quiere saber si tenemos ideas diferentes a la suya.

P. ¿Y es fácil hacerle cambiar de opinión?
 
R. Él es muy consciente de lo que quiere en todo momento, tiene las ideas muy claras, pero claro que escucha. Y a todo el mundo, no sólo a mí. Si quieres trabajar con Mourinho tienes que tener tu propia opinión y hacer tus propios análisis, porque él quiere conocer tu opinión. No quiere que le digas siempre lo mismo que él piensa.

P. ¿Usted es preparador físico, es ayudante...? ¿Qué nombre exacto tiene su puesto?

R. Todos somos entrenadores asistentes, no sólo yo.

P. “Mi equipo de trabajo usa una metodología que rompe con todos los conceptos tradicionales del entrenamiento analítico. Entrenamos según un concepto que llamamos ‘interligación de todos los factores’, donde trabajamos todo simultáneamente, incluso el factor emocional”. Son palabras de Mourinho. A lo largo de estos 10 años, ¿han seguido siempre la misma metodología o la han ido evolucionando?

R. La filosofía es la misma. Con la experiencia vas mejorando, lógico, perfeccionas el método de trabajo, pero en lo básico no varía.

P. ¿No varía ese método en función del equipo o del país?

R. No. Al llegar a un equipo nuevo hacemos un análisis de las características de los jugadores y trabajamos en función de ellos. Puede cambiar la forma en que exploramos sus características, y los ejercicios se adaptan a esas características. Debes percibir bien lo que tienes entre manos y lo mejor que puedes hacer con ellos.

P. ¿La intensidad en el juego se entrena?

R. Sí, claro, y va asociada a niveles de concentración, no sólo al apartado físico. Nosotros entrenamos mucho con balón porque preparamos las situaciones que se van a encontrar en los partidos, y así los jugadores están mucho más concentrados.

P. Cuando hablan de la ‘interligación de todos los factores’ aseguran que el factor emocional también se ensaya.

R. Es que el factor emocional es decisivo. No creemos en la separación de lo físico, lo táctico y lo psicológico, es un todo. Buscamos la complejidad, una adaptación más global, con ejercicios que buscan las situaciones reales de juego. Ahí entra lo táctico y lo físico, pero la emoción cerebral es el centro de todo.

P. ¿Influye la presión que supone jugar en un club como el Real Madrid al entrenar? Sobre todo en los futbolistas más jóvenes.

R. Que un jugador tenga capacidad para aguantar tiene que ver con su personalidad, no con su edad. Hay futbolistas que llegan a un club tan grande como el Madrid o el Inter y descubren que no son capaces de jugar al máximo nivel de sus condiciones. Eso es la presión. Claro que influye.

P. ¿Los jugadores se adaptaron fácilmente a su filosofía de entrenamiento alejada de los preparadores físicos tradicionales? Los primeros días de pretemporada, cuando vieron que no pisaban el gimnasio ni hacían carrera continua, estaban muy sorprendidos.

R. Sí, reaccionaron bien porque a ellos lo que les gusta es jugar al fútbol, y todos los ejercicios son siempre con balón. Suena fácil, pero detrás hay mucho trabajo, se lo aseguro [risas]. Pero de esa forma es más fácil motivarles.

P. También hubo escépticos. Algunos dudaban que así pudieran mantener un tono físico elevado toda la temporada.

R. Sí, es cierto, pero es normal. No estaban habituados a nuestro método y siempre que te cambian tu rutina al principio te cuesta. Pero tenemos 10 años de experiencia trabajando así, sabemos lo que hacemos y no teníamos duda de que funcionaría. Enseguida se habituaron, y cuando comprobaron la intensidad de los entrenamientos hubo menos bromas [risas].

P. Y funcionó. Llegaron al momento clave de la temporada en mejor forma física que su gran rival, el Barcelona.

R. Sí, llegamos en el mejor momento, no sólo físico, pero tampoco es algo que se pueda cuantificar a nivel de rendimiento. Aunque luego frente al Barça ya hubo otros condicionantes…

P. ¿Habla de los árbitros quizás?

R. Sí, claro, y eso ya no se puede entrenar [risas]. Es una broma, ¿eh? Que quede claro…

P. ¿Es posible mantener el mismo nivel toda la temporada o hay que programar picos de rendimiento para ciertas fechas?

R. Los picos de rendimiento colectivo no existen. No puedes preparar a un equipo para asegurarte que estará a buen nivel en un momento determinado. El equipo puede estar bien físicamente y luego no jugar bien. El estado de forma es algo mucho más complejo que la forma física. Nuestro objetivo es alcanzar un buen rendimiento durante todo el año, de forma lineal.

P. ¿Y cómo se consigue eso?

R. Si quieres lograr una buena organización del juego y tienes claro cómo quieres jugar y cuáles son las características de tus jugadores, debes preparar ejercicios para que sepan gestionar esas situaciones en los partidos. Hay que priorizar los comportamientos, con ejercicios de 3 contra 3, de 5 contra 5, etc. La distribución de los ejercicios a lo largo de la semana es muy importante, sobre todo si juegas dos partidos por semana.

P. ¿Tienen muchos ejercicios preparados? ¿Cuántos: 25, 50, 100? Me llama la atención ese ‘cuadernazo’ que saca Karanka cuando cambian un jugador.

R. No sé exactamente cuántos son, no los cuento, pero son muchos. A lo largo de 10 años, imagínese… Siempre estamos preparando nuevos ejercicios, pero manteniendo el objetivo. El aspecto motivacional de los jugadores es fundamental.

P.¿No es una paradoja que a Mourinho se le acuse de ser un técnico defensivo y en sus entrenamientos todo gire en torno al balón?

R. Es que no sé de dónde sale eso de que es un entrenador defensivo, ¿en qué se basan? Fuimos campeones en Italia, en Inglaterra, en Portugal, y seguramente lo seremos en España, y siempre acabamos como el equipo con mejor ataque: ha pasado aquí y pasó en el Inter, en el Chelsea, en el Oporto. No lo entiendo.

P. Le noto molesto…

R. No, pero no entiendo esas críticas. Lo del equipo defensivo salió por unos partidos concretos en los que jugábamos contra un rival muy especial y que además casi siempre jugamos 10 contra 11… Pero durante toda la temporada ahí está nuestro juego y nuestros números. No me enfada, no puedo perder el tiempo con este tipo de cosas.

P. ¿Cómo es trabajar día a día con Mourinho?

R. Es fácil y muy difícil al mismo tiempo. Es fácil porque tiene que estar todo siempre bien organizado, y también es muy difícil por su enorme exigencia: todo tiene que funcionar bien. Aquí, a este nivel, no existen los amigos. O tienes capacidad o no la tienes, no hay más.

P. ¿Es usted tan exigente?

R. Lo intento. Y después de 10 años trabajando con José, debo haberlo conseguido, ¿no? [risas]. Si no, no estaría aquí.

P. ¿Trabaja tanto como dicen?

R. Sí, mucho, mucho. Está en todo, en las cosas más importantes y en los detalles más pequeños. Es exhaustivo.

P. Villas Boas fue entrenador asistente de Mourinho y ahora triunfa con el Oporto. Usted ha recibido muchas ofertas para ejercer de primer entrenador. La última, del Sporting de Lisboa. ¿Le tienta la idea?

R. En 10 años he tenido varias ofertas, algunas de equipos del máximo nivel, y es un orgullo ese interés. Pero para mí es un honor trabajar con el mejor entrenador del mundo, y ahora además en el mejor club. Mantengo la motivación de trabajar junto al mejor y actualmente sólo pienso en trabajar a su lado.

P. ¿Se ve entrenando solo en un futuro?

R. Ya digo que estoy motivado para seguir trabajando como asistente de Mourinho. Mi futuro ahora es este presente. Luego, quién sabe.

P. ¿Y entrenando con otro entrenador principal?

R. Imposible. O entreno con José o solo. Con otro entrenador no tendría sentido.

P. ¿Qué porcentaje de su potencial ha alcanzado el equipo en esta primera temporada? ¿Mejorarán mucho la próxima?

R. No me gusta hablar de cantidades ni porcentajes. En el fútbol, y en muchos otros aspectos de la vida, lo que cuenta es la calidad. Y mejoraremos, seguro.

P. ¿Qué objetivo se han marcado para la próxima temporada?

R. Ganarlo todo, el mismo que teníamos este año. Y en el Real Madrid, con más motivo.

P. Respóndame con una palabra a una pregunta que lleva el mismo título de un libro sobre José Mourinho: ¿por qué tantas victorias?

R. Profesionalidad.

P. Puede usted extenderse un poco, hombre.

R. Su profesionalidad es el secreto. Lo es todo, su mentalidad, cómo trabaja, cómo piensa, cómo analiza, cómo motiva… La enorme pasión con la que hace, mejor dicho, con la que hacemos, nuestro trabajo.